domingo, 23 de agosto de 2009

Sobre a minha estupidez


Eu penso em você porque gosto de música. E é só por isso. Você não tem mais nada a oferecer-me. Eu te imagino porque te ouço em todos os cantos. Menos nos das esquinas ultimamente... Eu queria ter mais esquinas. Queria ser mais pontiaguda, mais oblíqua, mais taquete. Queria expulsar-te um pouco.

Ando muito maloma. A lua muda, e em mim não mudou quase nada, embora já seja primavera. Está um pouco mais diáfano, e você ficou um pouco mais turvo, só isso. E não entendo o por que do impacto.

Antes que transformem a nossa ortografia, eu queria ver-te e nem sei bem por que queria. Talvez por qualquer acorde, ou um falsete, ou qualquer mentira que me contarias.

Queria ouvir-te com os órgãos, sem participação da memória. Queria que fosses presente, menos futuro do pretérito imaginário.

Você é um idiota e eu nem sei por quê te queria. Você não trepa bem, continuo sem entender. Não entendo por quê te queria.

Adoro quando o Word pinta de verde trepar e corrige: ter relações sexuais. Viu, corrigiu de novo. Não, você não viu, só aqui eu posso ver. Isso poderia ser chamado de lavagem cerebral ou teoria da conspiração. Sim, os reptilianos estão por todos os lados.

Mas tudo isso deve ser por que eu tomei dois litros de cerveja, só por isso. Adoro quando a embriaguez explica tudo e qualquer coisa.

E quando me releio bêbada é pior ainda. Fico apavorada. Adoro minhas rupturas. Minha agressividade...

Quando pinto é tudo tão harmônico. Vou de um claro aos escuros sem qualquer interrupção. Sei dos meios-tons. Meus nus são de uma delicadeza que talvez ainda exista escondida em alguma pinta num canto do pescoço.

Já nada mais tem a ver contigo, e quando penso nisso, aí é que me lembro. Estranhos caminhos os da memória... Como tudo entorna sobre si mesmo.

Aqui é festa, eu me escondo. Sou aquela pinta no pescoço escondida debaixo dos nós que se chamam cabelos. Eu chamo nós e rédeas, e serpentes ao vento.

Conheço um filhote de serpente que tem asas.