segunda-feira, 23 de maio de 2011

Pôr termo a você

Não há meneio
Nem som nesse pulsar disritmico
Não houve a sensibilidade da condescendência silenciosa e gentil.
A sutileza se tornou algoz consorte da lisura.
Não houve mais alegria estranha de te sentir pular
Porque você é filho de paternidade desconhecido de você.
Mas teve um pai doce que tuas mãos não tiveram escolha de se agarrar.
Quando me escorreu perna abaixo para um balde branco
Sem o alinhamento apertado de sua mãe
Sem o carinho despretensioso de quem te colocou ali
Dava o todo a mulher que relutava para que a vontade de não te-lo,
Nascesse do amor que fazia com teu pai.
Falhou, nos três juntos só aumentava a vontade de te sentir,
Confirmar,
casar teu pai e tua mãe na tua vida.
Que feneceu pesada, numa sala branca, num sono pesado.
Sem você houve silencio sepulcro e alegria de surto.
Desvairamento na distinção de teu espaço
Agora dependo de ti pra amar
Se te renego, renego também a teu pai e me torno inimiga do amor
Inimiga de teu pai que gostaria de escolher não se-lo.
Que morreu numa manha chuvosa
Na geografia escura de um útero deserto.